Como as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) estão sendo impactadas por políticas ESG de grandes empresas?

Pequenas e Médias Empresas (PMEs) estão sendo impactadas por políticas ESG de grandes empresas

Certamente, boa parte dos leitores desse artigo já se deparou com notícias de grandes empresas – como Natura, Braskem, Coca-Cola, Petrobras, Vale ou Unilever – reportando compromissos com práticas e políticas ESG (Ambiental, Social e Governança), com investimentos multimilionários e com objetivos ousados para os próximos anos. No entanto, por conta de a maioria das práticas divulgadas serem voltadas para grandes corporações, eis que surge o grande questionamento: as Pequenas e Médias Empresas também estão sendo impactadas com o ESG?

Tudo é questão de timing: inclusive o ESG!

Antes de abordar sobre esse tema, é importante frisar que, no mundo dos negócios, uma das principais variáveis que devem ser consideradas em decisões estratégicas é o timing; a capacidade de identificar o momento certo para agir e obter uma vantagem competitiva. Uma organização que não direciona sua atenção para riscos e tendências no seu mercado, tende a perder oportunidades que, em muitos casos, não dão segundas chances, deixando com que outros players se diferenciem e conquistem novos clientes e novos segmentos, tornando-se as referências e as autoridades.

Essa constatação retrata muito a realidade do ESG no nosso país: muitas empresas ainda aguardam obrigatoriedades legais mais intensas para começarem a agir no campo do desenvolvimento sustentável, seja por diminuírem a importância do tema, por pensar que é um movimento de regiões mais desenvolvidas ou por desconhecimento do seu devido alcance. Fato é, algo inquestionável é que nos últimos cinco anos, surgiram inúmeras normativas, orientações, leis e práticas recomendadas nas áreas ambientais, sociais e de governança corporativa em todo o mundo.

O papel das PMEs na Cadeia de Valor ESG das Grandes Empresas

E quem acha que Pequenas e Médias Empresas não vão ser impactadas em pouquíssimo tempo pelas políticas ESG pode correr um sério risco de postergar atividades essenciais e se prejudicar no futuro. Um dos grandes motivos dessa constatação é o famoso termo de Supply Chain – a Cadeia de Suprimentos. Ou seja, ela engloba todos os processos – e stakeholders – pelos quais um produto passa, desde a captação das matérias-primas até a entrega para o consumidor final; são todas as partes envolvidas no ciclo.

Fluxos de Informação

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Revista Espacios (2015)

Uma grande organização não opera de forma isolada, ou seja, para que gere e entregue valor aos seus clientes, ela precisa de uma série de parceiros, fornecedores e distribuidores ao longo do caminho. Portanto, algo que precisa ficar claro para gestores de Pequenas e Médias Empresas é: potencialmente, seu negócio não terá obrigações legais nos dias de hoje de implementar e reportar práticas ESG, no entanto, muito provavelmente você está dentro da Cadeia de Valor de uma empresa maior que já está se adequando a este cenário e muito brevemente irá exigir que você se adeque também!

As grandes corporações, além de reportarem e incentivarem novas práticas e políticas dentro de suas quatro paredes, também estão gerando metas para seus fornecedores, distribuidores e prestadores de serviço – a Cadeia de Suprimentos como um todo. Logo, as PMEs que não se adequarem e entrarem nesse movimento poderão ficar inaptas a prestarem serviços para grandes players em um futuro muito próximo.

Cases de implementação ESG na Cadeia de Suprimentos

Abaixo, temos alguns cases reais que ocorrem no território brasileiro:

  • Vale: em 2022 iniciou o Programa de Compras Responsáveis que considera aspectos ambientais, sociais e econômicos na gestão da cadeia de valor, visando um fornecimento responsável de produtos;
  • Ambev: em seu Relatório Anual de ESG se compromete a aplicar a Política de Responsabilidade de Suprimentos, em que analisam itens de gestão ambiental, tratamento de resíduos, respeito à jornada de trabalho, direitos humanos, combate à corrupção, dentre outros, na seleção e classificação de seus fornecedores;
  • Braskem: entre 2021 e 2022, tiveram um aumento de 200% no número de fornecedores avaliados por seus engajamentos socioambientais, avaliando 270 deles pelo Carbon Disclosure Project (CDP) Supply Chain Clima e no CDP Supply Chain Água;
  • Grupo Soma: em seu Relatório Integrado de 2022 já divulga emissões atmosféricas no Escopo 3 (ou seja, emissões de fornecedores em toda a cadeia de suprimentos), com análises de bens e serviços comprados (matéria-prima).

Diante desse cenário, é importante que Pequenas e Médias Empresas já comecem a avaliar seu status dentro do campo de ESG, seja com um diagnóstico, com capacitações internas, com a criação de estratégias e políticas ou com uma análise de pares de mercado. O importante é dar o primeiro passo, sempre com um apoio de uma equipe especializada para que os resultados sejam efetivos e a organização, além de apta para prestação de serviços e produtos para grandes empresas, consiga gerar um impacto positivo no mundo e na sociedade onde habita.

Faz parte de uma PME e quer saber como se preparar para os requisitos ESG do mercado? Preencha o formulário e converse com nossos especialistas.

 

Marcell Assis

Líder ESG - Moore Belo Horizonte
marcell.assis@moorebh.com