A urgência e importância das questões ambientais tornam-se cada vez mais evidentes em um mundo onde as mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos naturais representam desafios críticos.

O ano de 2023 ficou marcado como o mais quente da história, com inundações provocadas por chuvas intensas e ventos acima de 100 Km/h. Esses eventos resultaram na queda de árvores, interrupção no fornecimento de energia, diversos problemas nas cidades afetadas e evidenciaram a falta de preparo das empresas concessionárias de distribuição de energia para lidar com tais situações.

Se as empresas negligenciarem as questões ambientais, a economia circular e a sustentabilidade em seus planejamentos estratégicos e orçamentários anuais, certamente enfrentarão custos adicionais, menor receita e problemas de reputação não previstos em um futuro cada vez mais próximo.

A negligência em relação às questões ambientais, à economia circular e à sustentabilidade nos planejamentos estratégicos e orçamentários anuais das empresas pode acarretar em diversas consequências negativas, impactando diretamente seus resultados financeiros e reputação.

1. Custos adicionais:

Empresas que não consideram os aspectos ambientais em suas operações estão sujeitas a enfrentar custos adicionais. Isso pode ocorrer devido a multas por não cumprimento de regulamentações ambientais, gastos com recuperação de danos ambientais causados por suas atividades, ou mesmo pela necessidade de investir em tecnologias mais limpas e eficientes para se adequar a padrões mais sustentáveis.

2. Menor receita:

A falta de preocupação com a sustentabilidade também pode levar a uma redução na receita. Cada vez mais, consumidores estão preferindo produtos e serviços de empresas que demonstram compromisso com o meio ambiente. Empresas que não adotam práticas sustentáveis podem perder mercado para concorrentes que o fazem, resultando em menor demanda por seus produtos ou serviços.

3. Problemas de reputação:

A imagem de uma empresa pode ser seriamente prejudicada se ela for percebida como irresponsável ambientalmente. Com o aumento da conscientização ambiental entre os consumidores e a sociedade em geral, empresas que são vistas como poluidoras ou não comprometidas com a sustentabilidade podem enfrentar boicotes, protestos e uma queda na confiança do público, o que pode afetar negativamente suas vendas e relacionamentos com clientes e parceiros comerciais.

Em resumo, a integração das questões ambientais, da economia circular e da sustentabilidade nos planejamentos estratégicos e orçamentários anuais não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia essencial para garantir a viabilidade e o sucesso a longo prazo das empresas.

Dados que comprovam a afirmação

De acordo a agência S&P Global, as mudanças climáticas podem causar perda de 4% da produção econômica global anual até 2050.

A pesquisa realizada pela Bayer, entre abril e julho de 2023, com 800 produtores rurais da Australia, Brasil, China, Alemanha, Índia, Quênia e Estados Unidos, mostrou que 76% deles estão preocupados em relação aos impactos que as mudanças climáticas terão em seus negócios. Para realizar o “Farmer Voice”, a Bayer contratou uma agência para entrevistar, de forma independente.

“Os agricultores já estão sentindo os efeitos adversos das mudanças climáticas em seus campos e, ao mesmo tempo, têm um papel central no enfrentamento desse enorme desafio. É por isso que é tão importante fazer com que a sua voz esteja no primeiro plano”, afirma Rodrigo Santos, presidente global da divisão agrícola da Bayer. “As perdas relatadas nesta pesquisa deixam muito clara a ameaça direta que as transformações no clima representam para a segurança alimentar em todo o mundo. Diante de uma população mundial cada vez maior, os resultados devem ser um esforço prático para tornar a agricultura, regenerativa”.

No Centro-Oeste, cooperativas já esperam perda na colheita de soja, as lavouras foram afetadas pelas altas temperaturas e falta de chuvas no plantio; assim, o Estado de Goiás solicitou a extensão do calendário de semeadura até 12/01, enquanto Mato Grosso, até 13/01.

De acordo ao Presidente da COMIGO de Rio Verde/GO: “O problema é sério, muito sério. Estamos preocupados com a qualidade da soja, vai ter soja que não vai servir para a exportação. É um ano sem previsão do que vai acontecer”. Ele vê como certa uma quebra significativa na produção de soja na região, na safra 2023/24.

Nas lavouras mato-grossenses, a situação também é considerada grave. Levantamento da Agrosoja do Estado, estima uma quebra de pelo menos 20% da produção, que pode ficar em 36 milhões de toneladas.

A CONAB também informa que a produção de grãos na safra 2023/24, deverá atingir 306,4 milhões de toneladas, influenciada pelo clima. Se confirmado, o volume representa uma queda de 13,5 milhões de toneladas, quando comparada ao obtido na safra 2022/23.

A queda na estimativa de produção neste ciclo é explicada pela baixa ocorrência de chuvas e as altas temperaturas registradas nos estados do Centro-Oeste, enquanto no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, pelo excesso de precipitações.

Principal cultura cultivada no país, a soja deve apresentar uma produção de 155,3 milhões de toneladas. O resultado representa uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas. Chuvas escassas e mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto no plantio como no desenvolvimento das lavouras. As condições climáticas também foram determinantes para alguns produtores migrarem para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento divulgado em dezembro 2023.

Sobre o Relatório Global de Riscos 2024 

No Relatório Global Risks 2024 do Fórum Econômico Mundial, a desinformação e informações falsas, são os maiores riscos a curto prazo, enquanto que, os fenômenos relacionados as mudanças climáticas, constituem as maiores preocupações a longo prazo.

No longo prazo, as quatro primeiras posições entre as principais preocupações globais, estão relacionadas às questões de transformações do clima:

i) Eventos climáticos extremos,

ii) alterações críticas nos sistemas terrestres,

iii) perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas e

iv) escassez de recursos naturais.

Ao reconhecer e agir sobre esses desafios, as empresas não apenas mitigam riscos, mas também abrem portas para inovação, resiliência e liderança sustentável. O caminho para um futuro próspero e sustentável exige uma mudança de paradigma e um compromisso renovado com práticas empresariais responsáveis.

Portanto, é hora de agir. A integração efetiva das questões ambientais e da sustentabilidade nos planos e operações comerciais não é apenas uma responsabilidade ética, mas também uma imperativa estratégica. Somente através de uma abordagem colaborativa e proativa podemos enfrentar os desafios do nosso tempo e criar um futuro mais sustentável e próspero para todos.

Quer preparar sua empresa para enfrentar as adversidades de um mundo em constante mudanças? Fale com os profissionais da nossa rede e saiba como podemos atuar em várias frentes. 

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Victor Andres Coral

Victor Andres Coral é Diretor de Auditoria sobre ESG da Moore Goiânia.