Responsabilidade sobre o futuro

Responsabilidade sobre o futuro

Um olhar para o empresariado brasileiro

No dia 28 de novembro de 2018, realizamos um evento com clientes em Belo Horizonte, para ouvirmos as perspectivas econômicas para o empresariado brasileiro, pelas lentes do engenheiro Otto Levy, que havia sido indicado para assumir a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão de Minas Gerais; do cônsul britânico em Belo Horizonte, Thomas Nemes; e do Diretor de Qualidade da Moore Stephens Internacional, Mike Hathorn. A noite não poderia ter sido mais agradável, em especial pelas mensagens passadas pelos palestrantes. O consenso foi de que tempos melhores virão.

No primeiro dia de 2019, assistindo às cerimônias de posses dos governadores de Minas, Rio e São Paulo, e do presidente Bolsonaro, reforçou-se tudo aquilo que havia sido dito ao longo das respectivas campanhas dos candidatos eleitos (e agora empossados): combate à corrupção, austeridade fiscal, uma guinada na direção do liberalismo econômico e, por consequência, maior presença da iniciativa privada no cenário econômico.

No momento de festa, tais mensagens soam como música aos ouvidos do empresariado brasileiro, animam a todos e renovam as esperanças. Sem querer estragar o embalo, gostaria de fazer um certo contraponto – a liberdade só é possível com responsabilidade. A contrapartida do aumento de liberdade de atuação da iniciativa privada é a transferência da responsabilidade sobre seu próprio futuro.

O Brasil, historicamente, é protecionista com seu mercado e suas empresas, o que faz com que as suas ineficiências fiquem acobertadas. Para compensar essas fragilidades, os governos lançaram mão de artifícios como financiamentos subsidiados de BNDES e congêneres; criaram barreiras tarifárias e não-tarifárias para diminuir a competitividade dos produtos estrangeiros, igualando-os aos nacionais; lançaram programas de refinanciamento de dívidas tributárias; elegeram empresas e/ou setores específicos para serem amplamente apoiados; e estimularam o consumo interno das famílias, como motor do crescimento econômico.

Não faltam estudos demonstrando a baixa competividade brasileira na grande maioria dos setores empresariais, mas todo mundo fecha os olhos para isso, já que o Estado acaba criando alguma solução paliativa para manter todos felizes, num eterno me “engana que eu gosto”. E assim, seguimos reclamando das dificuldades impostas pelos governos, mas esperando o próximo Refis.

O novo discurso vai no sentido de aumentar a inserção do Brasil na competição internacional, diminuindo as travas burocráticas, fiscais e tributárias (o que é ótimo) mas, por outro lado, restringindo subsídios e apoios setoriais de forma geral (o que vai ser impactante). A consequência para o empresariado brasileiro é que só sobreviverão aqueles que efetivamente investirem na modernização de suas empresas, na busca incessante por competitividade. Sem o escudo protetor do Estado, a competição com concorrentes estrangeiros será mais acirrada.

Pessoalmente, sou um ferrenho defensor desse novo modelo. Sempre preconizei junto aos nossos clientes a necessidade de prepararmos nossas organizações para novos ciclos de crescimento, pela alavancagem da maturidade da governança e gestão. Agora, independentemente se nossos atuais governantes colocarem ou não em prática o que estão prometendo, será imperativo modernizar o modelo mental de nossas empresas, assim como seus procedimentos e práticas, atendendo as demandas nacionais e internacionais.

A responsabilidade sobre o futuro será ou é totalmente nossa? Estou seguro de que ele é bastante promissor e que o empresariado brasileiro saberá aproveitá-lo. O momento de ajuste e adequação de nossas empresas é agora. Novo Governo, novas perspectivas, novas oportunidades começam a ficar mais claras e a Moore Stephens está preparada para ajudar e acompanhar os seus clientes naquilo que for mais adequado para cada um em qualquer situação.

Confira nosso evento sobre perspectivas econômicas para o empresariado brasileiro realizado em Belo Horizonte:

 

 

Marcus Lindgren

Managing Partner da Moore Belo Horizonte
marcus@moorebrasil.com.br

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