O papel do CFO como apoiador do processo decisório

CFO no processo decisorio

Lições para um CFO estratégico com foco na evolução dos negócios

O papel do executivo de finanças, CFO ou gestor financeiro, como apoiador das tomadas de decisão estratégica de uma companhia, ganha cada vez mais evidência no mundo corporativo.

“O CFO deixa de ser apenas o responsável pelas finanças em si, para ser alguém que consiga conectar tudo aquilo que acontece na organização com os números. Em função disso, ele passa a fazer boas análises e criar cenários futuros, que ajudem a alta cúpula ou o conselho de administração na tomada de decisão estratégica de temas complexos e de longo prazo”, reforça Marcus Lindgren, sócio-diretor da Moore em Belo Horizonte e professor na FDC na área de Governança Corporativa.

Lindgren é autor da vídeo-série Novos Ciclos Empresariais, que entende as organizações segundo a sua maturidade de governança e gestão – um material que ajuda o CFO a localizar a empresa no estágio evolutivo em que ela se encontra, para descobrir o que precisa ser feito para crescer.

O processo evolutivo da empresa deve estar na mente do CFO que atua como um apoiador do processo decisório. Soluções criativas surgem dessa consciência “além-técnica”. “Quanto mais o financeiro se coloca na posição central de apoiador para tomada de decisão, mais ele precisa desenvolver competências de soft skills”, diz Lindgren.

Por defender essa posição mais estratégica de governança e trabalhar para que ela seja o cerne de evolução dentro dos negócios, a Moore modera painéis com ricas discussões sobre o assunto, ajudando as empresas na alavancagem das suas maturidades de governança e gestão

Tema de um dos encontros da Jornada CFO Evolution, o apoio ao processo decisório tem sido o centro de discussão nas empresas, especialmente naquelas que queiram alavancar a sua maturidade de governança e gestão

Nesta discussão sobre o papel do CFO como apoiador estratégico, Marcus Lindgren conversou com dois especialistas de peso: Sara Velloso, diretora financeira no Grupo Bandeirantes de Comunicação e Diretora Geral da Plataforma Orbi; e Patrick Dias, gerente de controladoria na Reframax Engenharia.

Das ricas contribuições desses especialistas, cujas trajetórias aquecem o debate contemporâneo sobre o papel da área de finanças dentro das empresas, extraímos importantes lições para um CFO estratégico:

 

Transforme o financeiro em um contador de histórias

Antes de mais nada, é necessário simplificar as finanças. A área financeira é “ carregada de jargões e palavras difíceis, mas quando você quer que todo mundo engaje no processo, você tem que trazer a coisa de uma forma de domínio público”, explica Sara Velloso.

“Números são como um álbum de família. Quando a gente vê um álbum de família, vemos a história de cada um. Dentro da empresa, quando apresentamos os resultados, temos que ver a história de cada uma das verticais”, diz.

Ao entender a história de cada número apresentado, da sua origem às variações mais significativas, é possível compreender a fundo as ações de conduta interna e também as de mercado que impactaram nesses números, aprimorando, e muito, o nível das discussões, de forma a definir os próximos passos das estratégias.

Para Lindgren, um relatório financeiro precisa ter “storytelling”, afinal uma demonstração pura e simples dos números segundo os padrões gerenciais e contábeis é apenas uma fotografia da situação da empresa em determinado período ou exercício.

O diferencial está em saber formatar esses números para os conselhos e os gestores e esse papel é do CFO contemporâneo.

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Antes de contar a história, certifique-se da fidedignidade dos números

Quando se trata de números, o nível de meticulosidade deve ser alto. Para Patrick Dias, “são necessárias revisões exaustivas para que todos os números estejam absolutamente conferidos”.

A fidedignidade dos números é fundamental. Antes de partir para análises mais sofisticadas e de impacto nas decisões, é preciso ter certeza de que os números, de fato, apresentam a realidade que devem refletir.

A auditoria externa é importante nesse processo. Além de trazer uma visão independente sobre os números, ela reforça o compromisso da empresa com a transparência, algo imprescindível às dinâmicas de mercado.

 

É necessário humanizar e engajar o financeiro

No meio corporativo contemporâneo, cabe repensar o estereótipo do financeiro como a área de uma turma gelada, insensível e embasada apenas em planilhas.

A habilidade de interpretar e entender os ciclos operacionais do negócio, traduzir as funções organizacionais envolvidas e explicar para a alta cúpula tomar decisões, requer uma gestão humanizada, que dê espaço para novas ideias e perspectivas.

A decisão, por exemplo, de extinguir determinada operação, resultando em demissões em massa, precisa ser tomada com envolvimento de todos os gestores. 

Sarah Veloso explica que quando uma decisão desse peso é tomada em conjunto, esse peso sai do financeiro para ser uma decisão do grupo. “É necessário tomar decisões compartilhadas – esse é o caminho. Somos seres humanos que juntos estamos construindo um caminho”, conclui.

Divergências de pensamento e pontos de vista são comuns nas organizações e o CFO precisa saber equalizar essas contradições para que as melhores soluções sejam encontradas em equipe.

Para Patrick Dias, o contraditório, muitas vezes, é construtivo. “Precisamos ter paz para poder trabalhar com o contraditório e entender como trabalhar com ele. Assim, temos uma contribuição grande para dar para as pessoas e para as organizações onde a gente está inserido”.

 

Leia mais sobre finanças empresariais no blog da Moore. Separamos alguns artigos para você:

O CFO atual: o que o mercado espera do executivo de finanças

O desafio da gestão financeira das empresas da nova economia

Os desafios e a evolução dos CFO’s estratégicos

 

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